Entenda como o corte de verbas federais afeta a UEL

Texto, fotos, áudios e vídeo: Vinícius Eira

 

Em 8 de maio, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) anunciou a suspensão de 4.798 bolsas de pós-graduação no Brasil, classificadas como ociosas pelo órgão. A decisão impede que novos estudantes recebam as cotas que já tinham verbas liberadas para 2019. A Capes garantiu que nenhuma pesquisa em andamento será afetada.

A Universidade Estadual de Londrina (UEL) teve 28 bolsas contingenciadas, sendo 13 de doutorado, 10 de mestrado e 5 de pós-doutorado. A diretora de pós-graduação da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPPG) da UEL, Silvia Meletti, afirmou que nenhuma bolsa estava ociosa na universidade, e que o problema foi do próprio sistema de gerenciamento de bolsas da Capes, que fechou antes do previsto, no período de troca de bolsas.

 

 

Segundo a diretora, a Capes ainda enviou um documento informando uma segunda parte do bloqueio de bolsas para programas de pós-graduação com notas três e quatro. A PROPPG afirmou que, hoje, uma minoria dos programas na UEL se encontra em estágio três, mas que, desde 20 de maio, iniciou-se um projeto de acompanhamento e planejamento para melhorar as notas.

 

 

 

Idioma Sem Fronteiras

 

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Sede do Idioma Sem Fronteiras na UEL de portas fechadas, após o cancelamento do programa

 

Outro programa afetado com os cortes foi o Idioma Sem Fronteiras (ISF), criado em 2012 pela Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC). O ISF buscava promover ações para estabelecer uma política de internacionalização do ensino superior brasileiro, valorizando a formação de professores de língua estrangeira, ministrando aulas nas universidades e auxiliando o processo de entrada de estudantes estrangeiros.

Na UEL, o programa funcionava desde setembro de 2017. E, de início, pautava-se apenas em inglês para fins específicos. Posteriormente, o ISF passou a ofertar turmas de espanhol, italiano e português para estrangeiros. O MEC concedia bolsas de mestrado para seis professores de inglês – alunos de letras inglês na UEL – e para duas professoras coordenadoras. Os professores dos outros idiomas já ofertavam as aulas de forma voluntária. O programa na UEL ofertou 122 turmas de inglês em mais de 20 cursos diferentes, além de 19 turmas dos outros idiomas. Ao todo, foram atendidos 1.771 alunos, entre professores, servidores e estudantes da universidade.

 

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A professora Letícia Minto está no ISF desde o início e relata que, apesar da tristeza da notícia, sente-se orgulhosa de tudo o que fizeram em quase dois anos de programa

 

 

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